ESPOSENDENSES - NA RIBEIRA OU NO MUNDO
O encontro de todos os filhos ou rendidos ao Privilégio da Natureza
A MORTE ( OU A VIDA) TE LEVOU
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Mãezinha,
quantas vezes cheguei perto de ti
e meu coração em desassossego de imediato
te reconhecia ali, serena, esperando a sucessão
dos dias num abraço de rotinas.
Sentavas-te alheia à efervescência da vida
Imersa na ausência, ainda que os poentes ardentes
fruíssem na janela o fim de cada tarde.
Sabia da tua longa idade, mas a cintilação azul
do teu sorriso e a ternura do teu olhar emanavam
uma luz sentida que repelia o envelhecer.
Depois, o musgo dos teus olhos reflectiu a escuridão
e, cansados, recusaram o novo dia
ao decifrar a morte pelo alvoroço de seus passos
nas veias do teu corpo;
qual árvore tombada sob o vento norte, aceitaste-a,
silenciosa, e partiste à descoberta desse lugar
de mistério e amor onde moram os entes celestiais.
Entretanto o pôr-do-sol preparou a noite,
o frio coalhou a madrugada e os botões de rosa
floriram numa explosão de cor …Somente tu
já havias partido, soberbamente bela. Para te não esquecer
pintarei o cobre numa tela, tecerei a oiro a claridade da manhã,
desfolharei uma rosa eterna… e pensarei alcançar
a tua alma que, tranquila, partira para se erguer,
altiva, na incandescência de uma estrela.
Bernardete Costa
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