ESPOSENDENSES - NA RIBEIRA OU NO MUNDO
O encontro de todos os filhos ou rendidos ao Privilégio da Natureza
Nasce um menino
um filho, uma criança, um espinho de dor rompendo
o corpo desvalido e doce de mulher.
Nasce um menino, sopro divino de amor, esperança
de mel nos lábios do amanhã.
Depois, a saudade lançará semente em terra lavrada
e brotará o sofrimento como a papoila no prado,
uma nascente gélida rojará no coração de mãe
e um arado rasgará o presente, o futuro…
quando se erguer o muro incontornável da separação.
Mas um dia, esse menino, essa criança, esse ser
fruto de amor e desejo e suspiro e beijo, desamparado
nessa paisagem de delírio armadilhado que é o seu mundo,
desembarcará no porto seguro de sua mãe e dirá
perfume e flor para dizer o seu nome.
Saberá esse menino reconhecer
o afecto inteiro e incondicional da infância
que toda a mulher detém para além da distância?
Sim, esse menino sempre criança, num crescimento a doer
acorrerá ao apelo da desmedida ternura
que é a doçura desse olhar atento de mulher.
E sua casa, berço de amor e nascimento desejado
esse cantinho fecundo, eterno aconchego de ave e asa
aguardará o regresso sem tempo
do sempre menino
tão atribuladamente, tão docemente amado.
Bernardete Costa
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© 2021 Criado por José Alexandre Areia L Basto.
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